quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Quarto encontro

Esse registro começa com reflexões feitas a partir da  leitura  trazida pela Marli para a abertura do nosso encontro 




- É preciso ter esperança. Mas tem de ser esperança do verbo esperançar.

Por que isto?  Por que tem gente que tem esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. “Ah, eu espero que melhore, que funcione, que resolva”. Já esperançar é ir atrás, é se juntar, não desistir. (...) Esperança é a capacidade de olhar e reagir àquilo que parece não ter saída. Por isso é muito diferente de esperar, temos mesmo é de esperançar!

Mario Sergio Cortella, autor do livro Qual é a tua obra? Editora Vozes.

Nosso ultimo encontro apoiou-se na reflexão sobre o conceito//ideia de formação.

Tardif, dentro de uma perspectiva  sócio interacionista de desenvolvimento humano compreende os saberes como um conjunto de representações (sentidos e significados) construído a partir das experiências sociais culturais e humanas ao longo da vida de cada um e não só nos momentos formais de formação profissional.



   O professor é uma identidade cultural, social e histórica, ou seja, a  ideia do que seja ser professor é um sentido/ significado que construímos antes mesmo da nossa escolha profissional.
Nesse contexto, é interessante pensar em quais experiências nos apoiam na construção dessas representações.

  Esses saberes, chamados por Oliveira de crenças e valores é que sustentam nossas formas de sentir, pensar e agir profissionalmente, portanto se queremos mudar as praticas, temos que garantir uma formação que ressignifique saberes.

É assim, papel da formação, trabalhar com as concepções dos professores, dado que as “ações do professor junto à criança  baseiam-se em especial na representação que ele faz do seu papel e na concepção de criança e de educação infantil que ele tem.” (ROSSETTI-FERREIRA; AMORIM)

Tal perspectiva, destaca o importante papel da formação continuada enquanto espaço que possibilita a constante reflexão dos professores sobre seus valores e crenças a partir da problematização de ações e concepções que fundamentam suas praticas. Para tanto, afirma Oliveira, que “o processo de formação implica considerar valores e crenças, experiências e conhecimentos construídos, dentro e fora do ambiente escolar, pelos indivíduos que participam desse processo.” (OLIVEIRA, 2001, p. 95). OLIVEIRA, 2009, p. 454).

Nossas discussões, têm nos permitido traçar algumas considerações com relação a nossa questão maior

Como oferecer uma formação de qualidade que se reflita efetivamente nas práticas dos professores, promova o aprofundamento dos conhecimentos profissionais da equipe e qualifique as ações educativas com as crianças?





1ª consideração:

“Compreender como este professor aprende, constrói saberes, se percebe enquanto profissional  num contexto histórico social e cultural (constituição identitária) pode ser um importante norteador na construção de diretrizes formativas que possam qualificar efetivamente as ações educativas no trabalho dos professores com as crianças.

2ª consideração:

A ação formativa necessita  considerar as representações dos professores, aquilo que ele pensa,  suas crenças e valores  e os significados que eles construíram.
A constante reflexão desses profissionais acerca de seus próprios saberes é essencial para o aprimoramento e refinamento das ações educativas, o fortalecimento do trabalho coletivo e a construção e o desenvolvimento da proposta pedagógica das instituições.

Uma formação tem que ser reflexiva


Apoiados por Alarcão o  grupo debruçou-se então a compreender o conceito de reflexividade

E uma nova consideração foi possível a partir da nossa própria reflexividade:

O professor precisa ser desafiado sobre suas próprias representações e para além de pensar, precisa ser convidado a pensar sobre o que pensa.




Nos restava então, novas perguntas.



Nossas formações tem realmente trazido questões desafiadoras que convidem o professor a pensar sobre suas representações e ressignificar seus saberes ?



Como pensar numa formação que traga para os professores boas coisas para se pensar?


Como formular boas questões para nossas pautas?



Quais as estratégias que podem potencializar os processos reflexivos ?




Apoio teórico das discussões do dia: