quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Terceiro encontro


   Mais uma vez nos encontramos. A expectativa de mais um dia produtivo foi se configurando logo no primeiro momento. 

  Uma contação com caixas de história  com a Professora Adriana Santana


 “ A casa sonolenta” de Audrey  e Don Wood  - Editora Ática.




Em seguida, a Sandra  leu a história “Sabeláonde” de Cristina Valentine e Philip Giordano Editora Caramelo reforçando o acolhimento e abertura do nosso encontro.


Trouxe mais duas sugestões de leitura os livros  
“Douglas quer um abraço” e o “Primeira  semana  na escola de vacas”. 




A Rosana  nos falou sobre um projeto de leitura e empréstimos de livros no CEI Mário Caldana e nos mostrou  algumas sacolinhas confeccionadas em algodão cru e customizadas pelas famílias,  durante as oficinas organizadas pelas professoras com objetivo de  sensibilizar e envolver os pais no Projeto Leitura em casa. As sacolas servirão para as crianças levarem os livros escolhidos por elas para casa para que algum familiar possa fazer o papel de leitor para a criança 

Por fim, a Irene   sugeriu o filme “Sementes do Nosso Quintal” um  documentário 2012 que retrata o cotidiano de "uma escola de educação infantil onde a criança está acima de métodos e fórmulas de se educar" uma experiência de educação que prima pela abordagem dos princípios que sonhamos para a Educação Infantil, nos convidando a refletir sobre as marcas das experiencias e vivências na essência da constituição humana

http://www.youtube.com/watch?v=1LGmDCCOoIk

A leitura do registro do nosso 2º encontro feito pela Regina nos permitiu resgatar a questão balizadora da nossa formação: 

Como garantir uma formação de qualidade que se reflita efetivamente nas práticas dos professores, garanta o aprofundamento dos conhecimentos profissionais da equipe e qualifique as ações educativas com as crianças?

Há muito temos discutido sobre a importância da formação continuada em serviço da busca pela qualificação no atendimento à criança pequena e no auxílio a esse profissional, na reconstrução de sua identidade profissional e na qualificação de seu trabalho.
No entanto, quando se considera que os termos “formação” e “qualidade” estão marcados por uma considerável subjetividade, por estarem ligados a concepções que se modificaram ao longo da história, é importante pensar em que representações e concepções também marcam nossa forma de atuação enquanto formadores.

Como e onde aprendemos a ser professor?
De que forma as experiencias vividas como alunos marcam as nossas representações do que seja ser professor?
Quais as representações culturais e concepções de aprendizagem e desenvolvimento  que  sustentam as ações do professor no dia a dia na escolas?
Como se constituem os saberes desses professores?
Qual a matriz ideológica dos cursos de formação profissional nas universidades? 
                Como estão estruturados os processos formativos (formação inicial e continuada) desse profissional? 
Como os professores aprendem?

É! as perguntas não eram poucas, mas as leituras propostas nos alimentavam para as discussões do dia :



  

O saber docente, segundo Tardif (2010, p. 36) é “um saber plural formado pelo amálgama mais ou menos coerente, de saberes oriundos da formação profissional e de saberes disciplinares, curriculares e experienciais.”. Envolve “‘um conjunto de representações por meio das quais os professores significam e concretizam sua prática cotidiana’, assim como norteiam as interações dos diversos participantes do fenômeno educativo nas diferentes situações.” (OLIVEIRA, FERREIRA, BARROS 2011, p. 17).
Nessa perspectiva, compreendemos que a construção dos saberes docentes e suas representações, resultam da “confluência entre varias fontes de saberes provenientes das historias de vida individual, da sociedade, da instituição escolar, dos outros atores educativos, dos lugares de formação, etc.” (TARDIF, 2010, p. 64).
Segundo Oliveira, tal perspectiva destaca o importante papel da formação continuada enquanto espaço que possibilita a constante reflexão dos professores sobre seus valores e crenças a partir da problematização de ações e concepções que fundamentam suas praticas.
É papel do formador buscar compreender como os professores constroem seus saberes, analisar suas representações constituídas a partir de experiências vividas dentro do contexto cultural, histórico e social em que estão inseridos, de que forma essas representações se refletem na constituição de sua identidade profissional e que sustentam suas ações educativas com as crianças.
Esses elementos são importantes para a orientação dos processos e das estratégias de formação, possibilitando a reflexão e propiciando a ressignificação de suas representações.

Agora seria preciso pensar nas nossas ações enquanto formadores

 Quais as representações culturais e concepções de aprendizagem e desenvolvimento e ideias sobre formação que ainda sustentam as ações do coordenador pedagógico?
Como e onde aprendemos a ser um formador?
O que pensamos ser formação?
Que crenças e concepções têm sustentado nossas ações formativas e nossa atuação enquanto coordenador pedagógico?
Como pensar no conceito de formação dentro de uma proposta sócio interacionista de desenvolvimento?
                   Em que momentos nas formações pontuais nos debruçamos sobre as especificidades e os saberes necessários ao fazer de um formador?
                  Como planejar uma formação que mobilize os saberes dos professores, traga boas questões para reflexão e possibilite a ressignificação de saberes ?


Novas leituras nos apoiarão na discussão dessas questões:




Seguem algumas reflexões 


O grupo saiu mexido. Percebemos o desassossego gerado pelas discussões. É isso aí! Não ter respostas... quantas  provoções!

“Dois questionamentos que ainda estão me perturbando: a primeira questão é que formador pretendo ser? e a segunda, como quero que seja a minha formação?. Ser um formador que tem clareza que todos possuem uma construção histórica e fazem parte de um meio social impregnado de ideologias, que todos os envolvidos no processo educativo estão permeados por seus saberes acumulados, por aquilo que acreditam e nas vivências que tiveram. O ato de formar é complexo e exige uma gama de saberes que nem sempre possuímos, mas a formação não pode ser vista de forma alguma como treinamento ou capacitação. Temos que  privilegiar uma formação que desestabiliza, que abala certezas e instaura dúvidas, podemos conseguir isso através de boas questões que propiciem a reflexão e modifique as representações cristalizadas.” Luciana

“Não é mais possível seguir o modelo da transmissão,  esse modelo que não 
provoca inquietações e que não faz pensar, um pensar que nos tire a tranquilidade e que nos faça buscar outras possibilidades e outros rumos na educação que fazemos. Mudar a representação é o novo caminho, difícil mas necessário.  Mudar a representação de nós mesmos, mudar a representação do que fazemos, mudar a representação do que ensinamos e aprendemos.  Espero que nosso grupo de estudo me apoie nos primeiros passos deste caminho sem volta.”  Rosângela

 “Formação é um processo contínuo, que ocorre sem interrupção, objetivando oportunizar a todos, a vivência de novas experiências, novas pesquisas e novas formas de pensar e ver a escola . 
  Diante desse quadro ,um dos  desafios  do formador consiste em integrar teoria e prática para que boas mudanças ocorram na educação.” Noemi



“ Ser formador exige prudência ... não se tira o chão sem oferecer outro apoio. Cautela e coragem dois temperos necessários quando se quer pensar em mudanças no fazer pedagógico dos nossos  professores.” Regina




“Cabeça fervilhando... incomodada ... uma formação que dê conta de mudar as representações ideológicas. Tenho muito que aprender! Como construir boas perguntas? Como buscar bons modelos? Como sermos bons alimentadores de repertório? Só posso dizer... socorro!!!! Vou pirar de vez!!!! Por favor alguém me ajuda!” Rosana 


terça-feira, 6 de agosto de 2013

NOSSO SEGUNDO ENCONTRO




Iniciamos nosso encontro nos reconhecendo  ao ouvir a leitura escolhida para abrir o encontro  
 O Limpador de Placas

   O limpador de placas de rua era um homem feliz
Gostava do que fazia, gostava de suas ruas e gostava de suas placas.
 E quando alguém perguntava o que gostaria de mudar em sua vida, respondia sem vacilar:
 Nada, absolutamente nada! Decerto tudo teria continuado assim se um belo dia uma mãe e seu filho não tivessem parado ao pé da escada azul... 
Com poucas palavras bem colocadas, a autora nos ensina como a leitura e a boa música podem preencher e transformar a vida de qualquer pessoa. 
Autor: Monika Feth
Ilustrador: Antoni Boratynski








Algumas reflexões 

O coordenador pedagógico ainda se confunde com os diversos papéis que esse profissional desempenhou ao longo da historia da educação:
Chefe, fiscalizador, provedor, organizador de eventos, apaziguador de conflitos, regente... E vivemos nos confundindo entre os papeis: Gerador de conforto ou Gerenciador de conflitos.
Hoje, buscamos uma identidade caracterizada pela parceria e apostamos num profissional critico e reflexivo, um articulador de estratégias de formação, que, por ter um olhar distanciado, pode estranhar o que parece tranquilo e acomodado e convidar o grupo a ressignificar seu olhar e suas práticas na direção das mudanças esperadas num currículo critico-emancipatório.

Esse, então, configura-se num novo desafio: 

Qual a formação necessária para a constituição desse sujeito?
Quais os desafios e encaminhamentos de uma formação que o apoie a reconhecer-se como um profissional reflexivo, um sujeito autor que cria e recria suas ações a partir das reflexões sobre seus fazeres, em busca de coerência entre suas intenções e ações enquanto formador?

Muitas são as questões que envolvem essa discussão :

·         Quais as representações culturais e concepções de aprendizagem e desenvolvimento e ideias sobre formação que ainda sustentam as ações do coordenador pedagógico. Como pensar no conceito de formação dentro de uma proposta socio interacionista de desenvolvimento? (o que pensamos ser formação?)


·         Como estão estruturados os processos formativos (formação inicial e continuada) desse profissional - em que momentos nas formações pontuais nos debruçamos sobre as especificidades e os saberes necessários ao fazer de um formador? (vale ressaltar que o mesmo curso forma professores, coordenadores e diretores).


·         Qual o olhar desse profissional sobre sua própria identidade (o que ele pensa ser o seu papel)


·         Quais as expectativas do grupo quanto a sua atuação (Como o grupo vê esse profissional)

·         Quais as experiências formativas necessárias  para  a formação de um profissional com autonomia intelectual e que seja capaz de estabelecer relações crítico reflexivas entre as concepções, intenções e ações que envolvem sua realidade.


·         Como garantir a dialogicidade no processo formativo do CP para que as discussões dos momentos de formação se reflitam efetivamente nas suas ações no chão da escola


·      Questões estruturais e organizacionais da própria escola (espaços, tempos e materiais que envolvem e implicam em sua atuação)


Toda e qualquer reflexão sobre os desafios da formação desse profissional que se proponha a ir para além de  uma discussão superficial e conceitual  pedira considerar essas questões mas o processo de crescimento do ser humano está na sua predisposição em aceitar o desafio, na sua reflexão sobre a prática e se fortalece muito mais nas suas dúvidas e dificuldades, do que nas respostas e certezas.

                                                   

Respostas, que terão real significado para o grupo, por nascerem da legitimidade, da autoria, do protagonismo e da corresponsabilidade de todos e de cada um no processo de reflexão que nos permite sermos donos da nossa vida e da nossa história.

Que não dá a outros o mérito de pensar sobre nossa docência, posto que desejamos ser mais do que meros “fazedores” do nosso oficio.